A teologia
da prosperidade é um movimento de origem americana que tem tido espantosa
aceitação no meio evangélico brasileiro desde a década de 1980. Ela é também
conhecida como “confissão positiva”, “palavra da fé”, “movimento da fé” e
“evangelho da saúde e da prosperidade”. O que de fato a teologia da
prosperidade ensina é uma doutrina diferente dos ensinamentos bíblicos. E,
portanto, deve ser rejeitada por todo cristão sincero e verdadeiro. Eis alguns
motivos porque eu não creio na teologia da prosperidade:
Porque a Bíblia afirma que não posso servir a Deus
e ao dinheiro:“Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de
aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro.
Não podeis servir a Deus e às riquezas” (Mt 6.24).
Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males: “Porque
o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se
desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores” (1Tm 6.10).
Porque a teologia da prosperidade não ensina o
arrependimento de pecados, ensino este (arrependimento) que é ordenado por
Jesus: “e que em seu nome se pregasse arrependimento para remissão de
pecados a todas as nações, começando de Jerusalém” (Lc 24.47).
Porque a teologia da prosperidade não me ensina
estar contente:“Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes”
(1Tm 6.8).
Porque a teologia da prosperidade ensina falsamente
a imunidade a qualquer tipo de sofrimento, coisa esta que não tem base bíblica:“Digo
isto, não por causa da pobreza, porque aprendi a viver contente em toda e
qualquer situação. Tanto sei estar humilhado como também ser honrado; de tudo e
em todas as circunstâncias, já tenho experiência, tanto de fartura como de
fome; assim de abundância como de escassez; tudo posso naquele que me
fortalece” (Fp 4.11-13).
Porque na teologia da prosperidade não há lugar
para a mensagem da cruz: “tendo cancelado o escrito de dívida, que era
contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o
inteiramente, encravando-o na cruz” (Cl 2.14).
Porque a teologia da prosperidade relativiza a
importância das Escrituras por meio de novas revelações supostamente recebidas
pelos seus líderes: “Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu
vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema” (Gl 1.8).
Porque a teologia da prosperidade só tem
enriquecido a vida dos seus pregadores e empobrecido a vida dos seus
seguidores: “O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir; eu vim
para que tenham vida e a tenham em abundância. Eu sou o bom pastor. O bom
pastor dá a vida pelas ovelhas. O mercenário, que não é pastor, a quem não
pertencem as ovelhas, vê vir o lobo, abandona as ovelhas e foge; então, o lobo
as arrebata e dispersa” (Jo 10.10-12).
Porque a teologia da prosperidade comete grave erro
quando deixa de dizer que qualquer bênção vinda de Deus é pura graça e não um
direito que nós temos e que podemos reivindicar ou exigir dele: “Estrangeiros
edificarão os teus muros, e os seus reis te servirão; porque no meu furor te
castiguei, mas na minha graça tive misericórdia de ti” (Is 60.10) e “Porque
pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus”
(Ef 2.8).
Porque a teologia da prosperidade está certa quando diz que devemos dar
o dízimo e ofertas, mas está errada quando deixa de dizer que isto não obriga
Deus a pagá-los de volta: “Que darei eu ao SENHOR por todos os
benefícios que me tem feito?” (Sl 116.12).
Porque a teologia da prosperidade diz que a pobreza é sinal de
infidelidade e riqueza é sinal de aprovação da parte de Deus, coisas estas que
não têm apoio bíblico: “Ora, havia certo homem rico que se vestia de
púrpura e de linho finíssimo e que, todos os dias, se regalava esplendidamente.
Havia também certo mendigo, chamado Lázaro, coberto de chagas, que jazia à
porta daquele; e desejava alimentar-se das migalhas que caíam da mesa do rico;
e até os cães vinham lamber-lhe as úlceras. Aconteceu morrer o mendigo e ser
levado pelos anjos para o seio de Abraão; morreu também o rico e foi sepultado.
No inferno, estando em tormentos, levantou os olhos e viu ao longe a Abraão e
Lázaro no seu seio” (Lc 16.19).
Porque a teologia da prosperidade ensina buscar as bênçãos de Deus, em
vez de ensinar a buscar o Deus das bênçãos: “buscai, pois, em primeiro
lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas”
(Mt 6.33).
Porque a teologia da prosperidade ensina que o “deleite não está no
Senhor, mas no(s) serviço(s) que Ele, supostamente, se habilita a prestar”: “Deleite-se
no Senhor, e ele atenderá aos desejos do seu coração” (Sl 37:4).
Lamentavelmente,
a teologia da prosperidade continua a influenciar as igrejas evangélicas no
Brasil. Aquelas ideias que teriam sido imediatamente consideradas como
heréticas há três décadas, agora são lançadas sem que as pessoas franzam a
testa. O fato é que grande parte do evangelicalismo brasileiro tem perdido o
rumo. Antigamente, os falsos mestres batiam no portão de nossas casas
(testemunhas de Jeová, Mórmons, etc.), hoje os hereges estão dentro de nossas
igrejas: os pregadores da teologia da prosperidade. A solução é voltar-se para
o evangelho puro e verdadeiro. A saída é professar as Escrituras,
vivê-las e proclamá-las.
Nos laços do
Calvário que nos une,
Luciano Paes
Landim.
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